terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Páginas de um Livro

Abriu  as páginas de um livro.
De forma aleatória é bem verdade.
Folheado vagarosamente até surgir a página.
Assim lá estava, um pequeno trecho. 

Algo para lhe fazer sentir bem.
Cantar, chorar, sorrir, rabisco, cisco, aurora.
Nuvem, pontes, poema, ponta de lápis.
Estrofes, livros, nexo, texto, sexo, ponto.

Trecho estranho pensou, eram só palavras.
Palavras de alguém para outro alguém.
Entre alguéns nada mais que palavras.
Vê amor, sempre estive nas entrelinhas.

E no processo de criação sorria.
Seria o poema um breve desafio?
Algo sem sentido, estórias de livros!
Outra vez poeta, compositor, diz; Forme.

Transforme, crie, condense, renasce o poeta!
Nuvem passageira  com o vento vai.
De um ponto a outro pontes.
Desenhando estrofes, textos, deu assim nexo.

Cantando teu sexo em cada palavra.
Outrora bela flor, outra vez aurora.
Então uma vez mais; outros dias.
Em um rabisco de palavras cisco.

Que advém com o mesmo vento.
Inesperado, sorrateiro, forte, traz de volta.
A nuvem que chora os rabiscos d'água.
Sufocando aurora dos céus ao chão!

Nos extremos da natureza, a beleza.
De teu corpo sede, sem pudor.
Nas mãos do poeta fina flor.
Descansando nas curvas sinuosas e convexas.

De teu sexo, amor, sem pudor.
Fina flor das mesmas curvas sinuosas.
Jardim de espelhos, amor me despeço.
anseando assim encontrar-te, outra vez.

Cantar, chorar, sorrir, rabisco, cisco, aurora.
Nuvem, pontes, poema, ponta de lápis.
Estrofes, livros, nexo, texto, sexo, ponto.
As mãos do poeta, ponta de lápis.

Leviatán Levi