terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Outro texto

Outro Texto

Foram tantas as horas, que estas horas tornaram-se dias,
Os dias então semanas.
As semanas transformavam-se então em meses,
Por fim os meses fechavam o ciclo dos anos.
Estes por fim trazem em si; o frio molde do tempo.

E a vida tem em si esta particularidade; segue adiante.
Pequenos e breves instantes, constantes e inconstantes.
Um pequeno milagre que não se repete.
Enchi então os pulmões de ares, prova irrefutável de vida.
Na dança das horas, Vênus desenhava nos céus a filha das primaveras.
Teu corpo bem como as partes de teu corpo é, era...
Agora nada mais que lembranças.
Nuvens nas diáfanas nuvens do tempo.
Cada corpo na rua era então seu corpo,
Sem teu cheiro e teu gosto.
Obra grosseira confessa, regresso, retrocesso.
Bleim, bleim... Dobrava o sino.

Princípio, outra vez.
A dança das horas, outra vez.
Não há esperança!
O ciclo dos anos, sem teu cheiro e teu gosto!
Cada corpo, apenas outro corpo.
O frio molde do tempo.

Leviatán Levi